Sobre pessoas extrovertidas...

...Elas cumprimentam com abraço, sorriem com as gengivas à mostra, falam alto ou falam em demasia, e isso não significa que não falam coisa com coisa, elas exteriorizam com facilidade. O que vem a mente torna-se palavras quase que instantaneamente. Elas contestam, refutam, debatem com o que elas mesmas falam. Pensam em voz alta. Sonham alto. Riem alto. E estão sempre preparadas para conversar sobre tudo com qualquer pessoa. O último livro que leram, o filme do momento, infinidades cósmicas, o pudim que fez domingo passado, a nova tupperware da avó parece fantástica! Não faltam assuntos, motivos para conversa, motivos para ser em demasia, elas transbordam. E isso não é defeito. Demonstrar, mandar textão, fazer serenata, gravar vídeo, ligar de madrugada, presentar inesperadamente. Isso não é defeito. Não é ser trouxa. E elas amam.

Eu sempre achei peculiar o modo extrovertido, até já tentei ser, confesso, mas não é pra mim. Eu sou o tipo de pessoa que se eu ver uma outra no shopping, por exemplo, e não for muito muito muito íntima, rola o diálogo interno (sempre): "Olha, fulano, droga! Será que eu escondo? Passo reto? Cumprimento com um aceno de cabeça e um sorriso de lado? E se ela não ver e eu ficar no vácuo? Será que vou lá cumprimentá-la? Vai que ela nem gosta de mim tanto assim? Vai que estou incomodando? ", antes da pessoa sonhar em me ver eu já tive quinhentos mil debates se vou ou não APENAS cumprimentá-la! Então, acontece que na maioria das vezes sempre espero que a pessoa me veja e reajo conforme a reação dela, independente se for um abraço ou um simples aperto de mão. Se ela não me ver, beleza, passo reto.

Pessoas extrovertidas, por outro lado, não tem medo, vergonha ou pudor de subir na mesa, gritar e fazer a dança do momento. Se, por exemplo, uma pessoa cuja personalidade seja de predominância extrovertida for a uma festa, não terá quaisquer problemas em dançar em frente a toda a gente nem em contar piadas ou em pregar partidas, e sentirá confortável em meter conversa com pessoas que desconhece. Até o final da festa conhecerá metade ou mais dos antes desconhecidos, terá o contato, número de telefone, endereço e dali pra frente vai cumprimentar ao menos com um aceno de mão quando os ver no shopping. A pessoa extrovertida nunca passa reto. Não esconde. Não disfarça. 

Por Deus! Se eu fizer uma coisa dessas não estou em meu pleno juízo! Sou do tipo oposto que não sai da zona de conforto, conversa com  os mesmos a não ser que outro venha puxar assunto comigo, dança em um quadrado gastando o mínimo de espaço possível e nem me arrisco a contar piadas. Claro, que se eu tiver muita muita muita intimidade com a pessoa posso fazer brincadeiras, rir alto, me sentir mais a vontade, mas não antes disso. Ah... como admiro  pessoas extrovertidas. Elas não tem essa zona de conforto, essa necessidade de calcular o próximo passo e medir as próximas palavras. Elas simplesmente fazem! 

Pessoas extrovertidas, não se sintam culpadas, não liguem para julgamentos, não deem bola para os que dizem que vocês precisam ser menos. É tão bom ter alguém que sempre puxa o assunto, arruma a roda, abraça sem que haja pedido, sorria sem que exista graça, mas que faça a graça, que seja a graça... É tão bom ter alguém que não tem desculpas, não tem enrolação, não tem neurose, não tem mimimi, que liga de madrugada, que manda textão, que fala alto, que ri alto, que não calcula passos, que simplesmente abre os braços e se joga, Se entrega. Se é vida? Tem que ser vivida. E ao extremo, transbordando, sempre. 

Por: Alyne Lima

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