terça-feira, 7 de março de 2017

7 obras para entender porquê o Dia da Mulher (ainda) não é homenagem bonitinha


Namastê, caros leitores  (Primeiro cumprimento meu aqui no blog)

Hoje estou aqui para um post diferente dos demais, pois é meu primeiro post específico para alguma data e essa no caso sobre o dia das mulheres, porém, deixo claro que tudo o que for escrito pode e deve ser lido por todas as pessoas. Inicialmente, eu pensei de fazer um texto expressando meu ponto de vista sobre a data, mas navegando pela internet encontrei um artigo no Blog Consciência (Link), que disse grande parte do que eu precisava e me poupou desse trabalho.  Portanto, vou indicar livros, documentários e filmes, alguns eu já até indiquei aqui outras vezes, que eu acredito que toda mulher e toda pessoa que queira entender mais sobre o feminismo e sobre a luta das mulheres devam conhecer. E como o conhecimento nos tira do marasmo da ignorância, nada mais justo que propagá-lo, uma palavra que aqui quer dizer tornar algo muito conhecido. Piada de Desventuras em Série a parte, vamos ao que interessa. 

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Minha primeira indicação é uma leitura que fiz em Janeiro desse ano, Como ser Mulher- Um divertido manifesto feminista (2012), desse ano e já o indiquei em um post scriptum aqui no blog e também já o mencionei no texto Assuma suas estrias! (Link), o segundo texto mais lido aqui do blog devo acrescentar. Esse livro embasado no humor e na militância conta sob o ponto de vista da própria autora, Caitlin Moran, vários aspectos de sua vida em que ela teve dificuldade de entender certas coisas como, por exemplo, porque criam sapatos e lingeries totalmente desconfortáveis e inusáveis(?) para mulheres, enquanto homens podem estar bem vestidos e confortáveis ao mesmo tempo, ou sobre o pudor que as pessoas tem de usar a palavra "gorda" como se fosse um palavrão ou imoralidade, ela ainda tece comentários sobre o feminismo e vários assuntos que são importantes pararmos para pensar sobre, como adolescência, trabalho, machismo, relacionamentos, amor, sexo, peso, maternidade, aborto, moda, compras e modelos de comportamento, por exemplo.

Minha segunda e terceira indicação são livros de uma autora que já admiro muito, mesmo tendo conhecido esse ano que é a Chimamanda Ngozi Adichie, ela é uma escrita Nigeriana reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras anglófonas que está tendo sucesso em atrair uma nova geração de leitores de literatura africana. Esses foram os únicos livros que ainda li dela, mas já são super indicados, pois ambos me fizeram pensar muito não só sobre o feminismo, mas também sobre as violências e restrições que as mulheres ainda sofrem, e que muitas vezes são mascaradas e levadas como algo que faz bem em nome da família ou da religião, por exemplo. 

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We should all be Feminists - Todos nós deveríamos ser feministas  foi, inicialmente  um discurso feito no TED talk that pela Adichie em 2012. Ela compartilhou sua experiência de ser uma feminista africana, e sua visão sobre construção de gênero e sexualidade.
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″Eu estou com raiva. A construção de gênero do modo como funciona atualmente é uma grave injustiça. Todos nós deveríamos estar com raiva. Esse sentimento, a raiva, é importante historicamente para as transformações sociais positivas, mas além de estar com raiva eu também estou esperançosa porque eu acredito profundamente na habilidade dos humanos de se reinventarem e se tornarem melhores".
Eu já fiz resenha desse livro aqui no blog (Link), e como já disse: Depois de ler A menina SubmersaCaitlín R. Kiernan  no começo do ano de 2016, eu ainda não tinha lido outro livro com tema tão forte ou que me causasse tanto desassossego como Hibisco Roxoescrito pela Nigeriana Chimamanda  Ngozi Adichie, causouEsse livro vai muito além de sua proposta inicial de retratar a intolerância religiosa, ele aborda em seus entremeios a desigualdade social, o machismo, a dualidade branco x negro, a opressão, o medo, a má formação política e tudo isso narrado aos olhos da adolescente, Kambili, que - tenho que salientar- sofre várias dessas coisas ao longo da narrativa e nos faz abrir os olhos  para a situação e ter empatia com os personagens. Esse livro é um romance então tudo que nos leva a pensar está ali intrínseco.

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A próxima indicação também está em um post scriptum aqui no blog e eu já falei muito dele pelas redes sociais que é o documentário The Mask You Live In (A máscara em que você vive)  que é um documentário de 2015 escrito, dirigido e produzido por Jennifer Siebel Newsom . Ele estreou no Festival de Cinema de Sundance em 2015 e está disponível no Netflix. O filme explora o que a Newsom percebe ser noções prejudiciais sobre a masculinidade na cultura americana, mas serve para todo o mundo. Eu indico esse documentário principalmente para os homens, mas as mulheres também precisam assistir e pararem IMEDIATAMENTE de propagar esses discursos que, para mim, agem no principio do machismo. Se o mal deve ser cortado pela raiz, esse documentário é um ótimo direcionamento. Um dos melhores que assisti na minha vida.

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Essa próxima indicação foi minha primeira leitura sobre o feminismo e sobre uma das maiores militantes políticas, Patrícia Galvão, escritora, musa antropofágica, ativista cultural e política, figura de proa da vanguarda modernista.  Pagu- Vida e obra escrito pelo estudioso da história do modernismo Augusto de Campos, que surpreendeu os meios literários ao realizar nesta antologia sui generis o mais completo e ambicioso resgate da produção artística, literária e jornalística da autora de Parque industrial.  asil. Este “biolivro”, como o define Campos, abarca os momentos mais importantes da trajetória de Patrícia, uma vida-obra repleta de acontecimentos e trabalhos memoráveis.

O alistamento nas fileiras da vanguarda modernista, o curto casamento com Oswald, a viagem ao redor do mundo em 1933, a militância comunista e os anos de cadeia servem de prólogo à segunda parte da vida-obra de Pagu, a partir dos anos 1940, marcada por uma intensa colaboração com jornais e pela atuação teatral, sempre em prol das vanguardas. O retrato multifacetado da figura que emerge deste roteiro biobibliográfico permite incluí-la em pé de igualdade numa seleta galeria de mulheres do alto modernismo mundial. Essa leitura, foi um pontapé e tanto no início de minhas leituras e pesquisas sobre o feminismo.


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Outro documentário que eu assisti também pelo Netflix é She's Beautiful When She's Angry ("Ela fica linda quando está com raiva", em tradução livre) é um documentário de 2014 que apresenta um olhar inspirador sobre as mulheres brilhantes e corajosas que lideraram o movimento feminista dos anos 1960. Dirigido por Mary Dore e estrelado por figuras fundamentais da construção da episteme feminista moderna, como Kate Millet - autora do clássico Política Sexual - e Eleanor Holmes Norton, primeira mulher a presidir o Comitê de Igualdade de Oportunidades de Emprego nos EUA, 

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E por último, vai uma "indicação", que não chega a ser uma indicação, pois entre todos foi o que ainda não assisti e não formei minha ideia por completo, mas está nos planos que é o filme Hidden Figures (Estrelas além do tempo) que estreou no Brasil em fevereiro de 2017, e conta a história de algumas mulheres, cujo esforço foi essencial para que os Estados Unidos dessem início à corrida espacial. Dirigido por Theodore Melfi, o longa acompanha a trajetória das matemáticas Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, que além de enfrentarem resistência por serem mulheres, tiveram que trabalhar ainda mais para serem notadas por serem negras. Quero assistir esse filme o mais breve possível, pois claramente é mais uma prova da luta feminina para ganhar espaço, em um local que já é nosso por direito, e que, portanto, não devia ser conquistado.

Então é isso, são essas minhas indicações para o dia 8 de março, dia da mulher, dia da luta e dia da perseverança, pois é isso que todas as mulheres diretamente e indiretamente fazem para  se mostrar e sobressair nesse mundo ainda tão machista e opressor. 

Espero que vocês assistam, leiam e sintam a vontade para conversar comigo sobre o assunto. Aceito dicas de outras obras sobre o assunto também. 

"O dia 8 de Março é importante porque a mulher ainda é oprimida: quando formos realmente tratadas como iguais, poderemos transformá-lo em uma comemoração" - Clara Averbuck

Bye. 

Alyne Lima
Para mais textos entre no instagram: @alyneblima

Um comentário:

  1. "The Mask You Live In" está anotado! Um que eu quero assistir também é o "mulheres além do tempo", deve ser muito bom.

    Pela falta de cuidado ou curiosidade em pesquisar sobre, vejo muita gente falando do assunto com pouca profundidade, nem mesmo algumas meninas que conheço entendem o que é o feminismo, que por vezes ainda confundem com Femismos ou acham que é o inverso do machismo. Isso gera um problemão, das meninas quererem medir forças com os homens ou subjugarem a raça masculina. Acho que não é bem por aí, essas suas indicações servem muito bem para mostrar isso. Parabéns à vocês mulheres!


    Um grande abraço!
    Juca

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