
Você se foi, mas a vida é assim e continua... Confesso que não foram fáceis os dias que seguiram sua partida, tudo ficou estranho, distante e vazio, sua risada já não estava mais ali para preencher as piadas bobas e bizarrices que inventávamos. Eu pensei que fosse enlouquecer, mas não enlouqueci. Eu pensei que nada mais valia a pena, mas valia. Eu pensei que era mais fácil morrer, mas não era. Eu quis deixar de pensar, mas não pude. A vida simplesmente continua.
Passei pelas cinco fases do luto. Eu neguei. Enraiveci. Barganhei. Deprimi. Aceitei. E tive recaídas. Muitas. Achei que a vida não teria continuidade, achei que tudo a partir dali era perda de tempo, eu achei coisas que não estavam perdidas e quase perdi coisas que eu tinha e estavam ali esperando para serem notadas, mas eu estava muito ocupada negando, enraivecendo, barganhando, dreprimindo, sem conseguir aceitar a inegável continuidade da vida. Citando Grey's Anatomy: O carrossel nunca para de girar, e não para mesmo, estando você preparado ou não para a volta incessante, por vezes monótona e deprimente que a vida lhe proporciona, você não pode descer do carrossel se essa não for a lei da vida. E quando algumas pessoas se vão, você simplesmente deve seguir, talvez acenar, chorar ou sorrir um pouco, olhar para trás enquanto ela dá a costas, e girar, girar, girar... e seguir, seguir assim que possível.
Acho que todo mundo já perdeu um ente querido, tragicamente ou naturalmente, e nenhuma forma é mais compreensível e menos dolorosa que a outra. A morte por si ainda é considerada um tabu, um assunto delicado. Por vezes, não temos nem mesmo medo da morte, ou do pós morte, ou da dor física que vamos sentir quando chegar a hora, mas medo da solidão. O vácuo. O ficar. O ficar sozinho. Já diziam e tinham razão ao dizer que: funerais são para os vivos. Ficar dói. O despedir sem ter retórica ativa. O choro. O desconsolo. Os "meus pêsames", por vezes, vazios. Os parentes que esquecem. Os amigos que não lembram. O lugar do sofá. O som da risada. As manias. As fotografias na sala. A casa mais silenciosa. A cama fria. Os "se" nas futuras conversas. E os "Lembra...". Ficar dói. Assusta. E lembrar de quem partiu dói mais ainda.
Eu aceitei. Cada um tem seu tempo. Algumas pessoas são mais compreensíveis com o destino inevitável da vida, mas outras demoram deglutir e internalizar realidade, mas depois que o carrossel gira tempo suficiente para te embriagar com outras questões e tempo mínimo para colocar na sua cachola que nem negar, nem enraivecer, nem barganhar, nem deprimir, vai melhorar sua situação, você aceita e deixa que somente as lembranças boas te invadam daqui pra frente, esquece de hospitais, doenças, acidentes, trânsitos, funerais, enterros, flores fedidas e consegue olhar uma foto sem medo, sem choro, sem dor, mas alegria por saber que se você ainda lembra dela, aquela pessoa fez o que tinha que fazer na terra, seu propósito, e partiu para seu destino inevitável e não necessariamente ruim ou cruel que a vida o reservara.
E é pensando nesses assuntos que percebemos a importância da gentileza, da gratidão, do sorriso, da honestidade do perdão, pois quando seu carrossel parar e você inevitavelmente partir, terá feito coisas boas e memoráveis para as pessoas, o que pode ocasionar choro, mas o choro aqui é visto mais como "Vou sentir sua falta, nos encontramos em breve", do que algo ruim e infinitamente triste. Se você ama alguém, você não quer a ver infinitamente triste, mas também não pode impedir o curso natural da vida. Ninguém torna uma boa pessoa quando morre, mas morte traz essa carga de seletividade para o momento. O que ele fez de bom que pode superar suas malezas, talvez esse seja o último momento de perdoar e seguir em paz.
Então, eu fiquei infinitamente triste com sua partida, mas não lhe culpo, você teve que ir. Tenho certeza de que está em um lugar muito melhor e pacífico que eu, e muito feliz de completar sua jornada. Teve erros, mas teve acertos também. Teve dor, mas alegria. Muito trabalho, mas muita força de vontade para continuar vivendo. E quando era a hora, foi da forma mais honrada que poderia ter feito. Eu te amo e vou sentir sua falta, nos encontramos em breve.
Eu aceitei. Cada um tem seu tempo. Algumas pessoas são mais compreensíveis com o destino inevitável da vida, mas outras demoram deglutir e internalizar realidade, mas depois que o carrossel gira tempo suficiente para te embriagar com outras questões e tempo mínimo para colocar na sua cachola que nem negar, nem enraivecer, nem barganhar, nem deprimir, vai melhorar sua situação, você aceita e deixa que somente as lembranças boas te invadam daqui pra frente, esquece de hospitais, doenças, acidentes, trânsitos, funerais, enterros, flores fedidas e consegue olhar uma foto sem medo, sem choro, sem dor, mas alegria por saber que se você ainda lembra dela, aquela pessoa fez o que tinha que fazer na terra, seu propósito, e partiu para seu destino inevitável e não necessariamente ruim ou cruel que a vida o reservara.
E é pensando nesses assuntos que percebemos a importância da gentileza, da gratidão, do sorriso, da honestidade do perdão, pois quando seu carrossel parar e você inevitavelmente partir, terá feito coisas boas e memoráveis para as pessoas, o que pode ocasionar choro, mas o choro aqui é visto mais como "Vou sentir sua falta, nos encontramos em breve", do que algo ruim e infinitamente triste. Se você ama alguém, você não quer a ver infinitamente triste, mas também não pode impedir o curso natural da vida. Ninguém torna uma boa pessoa quando morre, mas morte traz essa carga de seletividade para o momento. O que ele fez de bom que pode superar suas malezas, talvez esse seja o último momento de perdoar e seguir em paz.
Então, eu fiquei infinitamente triste com sua partida, mas não lhe culpo, você teve que ir. Tenho certeza de que está em um lugar muito melhor e pacífico que eu, e muito feliz de completar sua jornada. Teve erros, mas teve acertos também. Teve dor, mas alegria. Muito trabalho, mas muita força de vontade para continuar vivendo. E quando era a hora, foi da forma mais honrada que poderia ter feito. Eu te amo e vou sentir sua falta, nos encontramos em breve.
Alyne Lima
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Maravilhosa a forma como escreve! Parabéns!
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