terça-feira, 18 de julho de 2017

Talvez seja cedo demais para me definir...



Escolho ser poesia, e montar com rimas perfeitas esse ser imperfeito, mas que busca (re)construção.

Escolho ser arte, artista, arteira 
Escrever a pena essa elocução

Escolho acordar cedo, ao cantar do galo

E dormir antes da mini série da globo

Escolho não assistir TV

Tô meio sem tempo, mas na verdade sempre achei meio bobo

Escolho música tranquila, daquelas que afaga o coração da gente

Escolho caminhar tranquilo e ter poucos amigos.
Mas de vez em quando o brilho jovem nasce e queremos saber: Como é ser negligente?

Mas essa inquietude se acalma 
no farfalhar das folhas e daquele cheiro envelhecido
Daquele livro da estante
Daquele chá quente
Daquele ronron
Daquela tarde de domingo...

Você é jovem sim
Você tem sonhos e desassossegos conhecidos
Não tem todas as respostas e anda sempre meio perdido

A divergência se encontra na direção do fogo
Enquanto alguns explodem e inflamam para fora
Todo o meu lume está aqui dentro

Transbordando. Entornando. Dispersando. Expandindo.

Aqui dentro.
E evadindo-se em tinta preta e papel bonito
Em choros, músicas tristes, reflexões e...
Palavras.

Meras palavras.

Transbordo- me em palavras.

Entorno-me em poesias

Disperso-me

Expando-me

E aprendo a não me reprimir por ser tão: Eu

Mesmo ainda achando que é cedo demais pra me definir
E talvez... Isso nunca ocorra.



Alyne Lima
Instagram: @alyneblima
Facebook: Um café e Mil Rabiscos

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