“Você se lembra do seu primeiro amor porque os primeiros amores mostram
– provam – que você pode amar e ser amada, que nada nesse mundo é merecido exceto
o amor, que o amor é ao mesmo tempo como e por que você se torna uma pessoa. ”
John Green
Ainda esse ano postei no meu instagram uma foto com todos os livros do John Green e a seguinte legenda: "É um dos meus preferidos sim, e eu só queria ler mais coisas dele.". Não é difícil explicar por qual motivo John Green é um dos meus autores preferidos. Eu já tinha lido J. K. Rowling, eu já tinha lido Meg Cabot. eu já tinha lido Lygia Bojunga, eu já tinha lido Nicholas Sparks. Eu era uma leitora. Eu tinha consciência que a leitura é um ato enriquecedor, mas eu ainda não sabia que a leitura podia despertar emoções. Eu lia por ler. Hoje eu leio porque sei que cada palavra percorre as minhas veias como sangue até chegar ao meu coração e o processo recomeçar. É um ato de descoberta. De paixão. Então, sim, todos nós queremos ler todos os livros do nosso autor preferido ou do autor que despertou em você (nós) o verdadeiro sentido da leitura. E Deus e o John Green atenderam meus pedidos em 10 de outubro de 2017. E hoje, exatamente dois meses após o lançamento do livro, eu digo: John Green continua sendo meu escritor favorito.
No seu novo livro
"Tartarugas até lá embaixo", John Green, mais uma vez, decide trazer
um tema delicado: a ansiedade, e também em comum com outros livros do autor,
temos o mistério. Aza Holmes, na tentativa de ser uma boa amiga, uma boa filha,
e uma boa aluna e lidar com sua ansiedade, se depara com o desaparecimento do
bilionário Russell Pickett e uma bolada de cem mil dólares em jogo. Com a ajuda
de sua melhor amiga Daisy, a jovem vai atrás do único contato que elas têm
em comum com o magnata, seu filho: Davis. Esse reencontro inicia a narrativa de
mistérios, descobertas e redescobertas.
O interessante do livro é que
John Green sabe muito bem balancear as partes de mistério e as partes em que
Aza precisa lidar com sua doença. E ambas as partes nos fazem compreender o
mistério e seus problemas por dentro, e a doença e seus dilemas por dentro. E isso
faz com que comecemos um diálogo interno sobre o como, muitas vezes, deixamos
de lado a verdadeira importância das doenças mentais, e a tratamos como
insignificantes demais – drama.
Além disso, uma das coisas que
sempre me fazem apaixonar mais em mais por John Green é o seu lema de que: a
vida continua. Sendo assim, a vida dos seus personagens continua também. A
mocinha não se casa e fica feliz para sempre, o vilão não vai preso e fica
eternamente enclausurado, o final fica em aberto porque ainda tem muitas coisas
para acontecer, e você não sabe o que vai acontecer da sua vida se você/ o personagem
não seguir em frente. Sempre.
E então, o que aconteceu com
Hazel Grace depois que Augustus Waters partiu? Ela foi vencida pela doença? Ou
o Falanxifor finalmente fez efeito? Alasca morreu? Como prossegue a vida de
Quentin após Margo Roth Spiegelman sair em aventuras? Ela se cansa de aventuras?
Não sabemos. A narrativa não pode nos revelar tudo. Ela precisa de silêncios
necessários. Ela precisa que nossa mente trabalhe e crie as próprias
expectativas. John Green nos deixa com expectativas. Nos deixa com um gosto de
quero mais.
Não vejo em John Green um “autor
de A culpa é das estrelas”, ou seja, um best-seller que conseguiu sua fama
fazendo uma história regada de lágrimas e quotes bonitos. Eu vejo em John Green
um escritor que consegue transformar dores em aforismos e reflexões que
qualquer pessoa de qualquer idade é capaz de lidar, compreender e viver por
suas páginas.
Eu venero John Green. E espero
que a escrita maravilhosa desse livro seja um “até logo”, porque ninguém nunca
diz “até logo” a menos que queira ver a pessoa novamente. E eu sempre quero
rever e reler John Green novamente.
Alyne Lima
Instagram: @umcafeemilrabiscos e @alyneblima
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