quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Sobre cansaço... caminhos para reiniciar

Há tempos venho sentindo o cansaço chegar. Ele chega leve, de mansinho, como se quisesse anunciar aos poucos, nos dando espaço para recuar rever os planos, tomar uma hora "livre" - aquele filminho mal assistido, meio dormindo, meio atualizando as news das redes sociais -, dormir um pouco mais... coisas que querendo ou não, não farão ele sumir por completo. Simplesmente porque sentir cansaço é humano, e não podemos maquiar algo que é tão nosso, quanto nossos momentos de maior produtividade e energia.

Hoje, ouvindo um podcast ("Abra espaço para o seu cansaço" - Para dar nome as coisas), meio que senti um estalo ao ouvir a seguinte frase: "O cansaço é a forma mais cabal da minha persistência, das minhas lutas.". Muitas vezes queremos mesmo negar o cansaço. Como poderemos deixar de produzir, assistir mil stories, curtir quinhentas fotos, ler três livros, correr uma maratona, comer saudável, estudar 8 horas por dia, dormir 8 horas por noite, ser social e sociável, cuidar dos nossos afazeres domésticos se estivermos... casados? Como posso ter tamanha apatia diante de um mundo tão frenético, que me cobra, que pede que eu me mostre, que pede eu veja, e entre nesse constante correr... correr... correr...

O cansaço nos exige parar. E temos que entender que tudo bem. Tudo bem parar. E muitas vezes esse parar nos pede que nos desconectemos das nossas redes sociais - ao menos eu percebo que o instagram, por exemplo, me causa uma ansiedade louca, por não conseguir acompanhar tudo, não conseguir produzir tanto, e como atuante do studygram, ter que mostrar produtividade, proficiência... mesmo sempre querendo mostrar a verdade, os dias de luta e os dias de glória, tem outras mil contas que mostram só dia de glória... e a gente se frustra por não ter só dias de glória também parece que a nossa mente assimila que aquilo é uma completude, e não o fragmento de uma vida. 

Tudo bem parar e querer tempo para assistir um filme sem ter que lavar louça ao mesmo tempo, pois perdi meu tempo livre checando a vida alheia. Tudo bem querer um tempo para sentar no quintal e ouvir os pássaros.

Tenho ouvido outro podcast que tem me ajudado demais a pensar a vida de forma mais simples e lenta, a Bruna do podcast "Uma vida mais simples", me cativou imensamente com a vibe de nos observar mais na simplicidade, e na lentidão, nessa tentativa de fazer esse caminho contrário que o mundo capitalista sempre nos obriga a entrar no fluxo. 

E olha que eu sou de correria (ou fui condicionada a ser?). Mas estou cansada. Mas já estou melhorando porque até semana retrasada eu estava exausta e eu tive que tentar compreender o cerne do meu cansaço, que foi indicado pela minha ansiedade (dores fortes no peito/ apatia/ estresse excessivo). Estou ainda tentando me ressignificar, me compreender. E para isso, eu preciso da lentidão, de dias mais amenos. 

Continuo fazendo o que tem que ser feito, só que para mim. Sem ter que mostrar a todo segundo, o texto do momento, o fichamento feito, a live assistida. Compreendo que rotinas inspiram, compreendo que muitas pessoas gostam de acompanhar a minha rotina, mas que nesse momento preciso colocar a minha máscara de oxigênio e respirar.

Precisamos nos reiniciar, e temos que buscar as coisas que nos reiniciam no meio desse cansaço. Uma música animada, um filme, um caminhar no entardecer, um tempo longe das redes... E ir caminhando aos poucos, caminhando lento, buscando caminhos para nos reiniciar e buscar estratégias para não entrar em pane metal. Para realmente viver, aproveitar o processo. 

Alyne Lima

Instagram @alyneblima @estudandoletrasportugues

Vou voltar a utilizar o blog para maiores reflexões e também como meio de escapar da ideia frenética do instagram. Se quiser acompanhar, volte aqui com mais frequência :) e se quiser também deixar dicas de conteúdo para os nossos bate-papos aqui, fique a vontade para deixar nos comentários. 

11 comentários:

  1. Respostas
    1. Que bom que esse texto chegou no momento certo para você! Agradeço a sua presença aqui!

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  2. E é difícil aceitar que temos que parar de vez em quando...outra dificuldade é que o corpo para mas a mente continua kkkk

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    1. Sim! Infelizmente sempre queremos entrar nesse ritmo frenético que o mundo moderno nos colocar, mas muitas vezes nossa mente só quer calmaria. obrigada pelo comentário e pela presença aqui.

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  3. Oi Alyne! Fico mto feliz em saber que você está gostando do podcast. Tem sido um processo muito bom o de faze-lo e tenho aprendido muito. Acho que o final do ano vai chegando e o cansaço acumulado bate na nossa porte. E 2020 foi um ano daqueles, ne? Então o cansaço tá ainda maior. Pausemos se for preciso, descansemos e depois vamos em frente.

    beijos,
    Bruna

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